CAPÍTULO IV - O sofrido retorno a Cusco
Durante todas as viagens, por vezes me permito pequenas extravagâncias, alterno vários dias de hostel, dividindo quarto com 4, 6, 8, 10 até 15 pessoas, com um dia em um hotel mais aconchegante, pra dormir sozinha, pra ter um bom café da manhã, pra poder caminhar nua pelo quarto falando ao telefone, ouvindo música, pra não me preocupar em levarem meu dinheiro, celular, documentos. Nessas ocasiões constato o verdadeiro privilégio de uma suíte, e me consinto o capricho de ter um banheiro só meu, e poder acessá-lo sem ter de escalar uma cama beliche, muitas vezes frágil e barulhenta, nem atravessar um corredor gélido, com as suas infinitas portas e parcas luzes. Também certas extravagâncias em matéria de restaurantes. Tinha sido um dia fisicamente exaustivo. Já havia feito o check out e precisava esperar algumas horas até a saída do trem de volta a Cusco. Decidi ficar num bistrô que emulava a imponência e elegância europeias, onde circulavam garçons exímios na verdadeira arte de servir, d